Vendas de iPhones despencam na China no início de 2025, aponta relatório

Remessas de iPhones caíram quase 50% em março, enquanto marcas chinesas ampliam presença no mercado

Apple sofreu uma queda acentuada nas vendas de iPhones na China durante o primeiro trimestre de 2025. Segundo dados da Academia Chinesa de Tecnologia da Informação e Comunicação (CAICT) divulgados pelo DigiTimes, as remessas de smartphones de marcas estrangeiras caíram quase pela metade em março, na comparação com o mesmo período do ano passado.

iPhone perde espaço para marcas locais

A China continua sendo não apenas um dos maiores mercados consumidores da Apple, mas também seu principal polo de produção e montagem. No entanto, os números mais recentes mostram uma perda significativa de participaçãoda empresa no mercado chinês.

Em março de 2025, foram enviados 22,73 milhões de smartphones para o mercado chinês, um aumento de 6,5% em relação a março de 2024. Mas esse crescimento foi impulsionado exclusivamente pelas marcas locais. Cerca de 92% dessas unidades foram de fabricantes chinesas, com um aumento de 18,4% nas remessas.

Já as marcas estrangeiras — entre as quais o iPhone representa a maior fatia — responderam por apenas 8% do total, o equivalente a 1,85 milhão de unidades. No mesmo período de 2024, esse número era de 3,84 milhões, o que representa uma queda de 51,8% nas remessas de iPhones e similares.

Queda persistente e dependência da China

No acumulado do trimestre, o cenário também é desfavorável para a Apple: enquanto o mercado total cresceu 3,3%, as marcas chinesas subiram 9%, e as estrangeiras recuaram mais de 25%.

O desempenho fraco reflete-se nos resultados financeiros da Apple no segundo trimestre de 2025. A região da Grande China representou 16,8% da receita global da empresa, mas apresentou queda de 2,3% em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Esse foi o sétimo trimestre consecutivo de queda anual de receita na China para a Apple. O último período de crescimento expressivo ocorreu ainda em 2022, quando a empresa chegou a registrar aumento de 87,5% em um único trimestre.

Impacto da guerra comercial e tensões geopolíticas

Um dos principais fatores por trás desse cenário é o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, como parte da guerra comercial promovida pela administração Trump. A Apple tem tentado mitigar os efeitos dessa política, inclusive com descontos agressivos no iPhone 16 nas revendas chinesas, mas os resultados ainda não são suficientes para reverter a tendência de queda.

O desempenho negativo na China é um alerta importante para a Apple, que depende fortemente das vendas no país tanto em termos de receita quanto de produção. A companhia já iniciou esforços de diversificação da cadeia de fornecimento, investindo na produção de iPhones na Índia, mas ainda enfrenta diversos obstáculos logísticos e políticos para reduzir sua dependência do mercado chinês.

Últimas notícias

Artigos relacionados